Saturday, June 20, 2009

Um Dia

São 9 horas. O sol menos exuberante de inverno reflete no capô empoeirado do Corsa, que desce preguiçosamente um trecho da Linha Vermelha. A Oi FM começa a tocar outra dos Strokes, mas o som falha e tento fixar a ponta da antena interna que descolou. Entro no Fundão vendo o 485 fazer tomada de curva seguido por algumas vans. O estacionamento parece mais cheio que o habitual, mas vejo que algumas vagas no bloco da COPPE estão reservadas. Será que é o presidente de novo? Ivanilda entrega as fichas de café vagarosamente enquanto conversa de longe com uma colega. Leva a mão às costas repetidamente, mostrando já sinais dos efeitos de 6 meses de gravidez. A fila do café é grande, e não é a Maria no posto. Tenho que detalhar: no copo, por favor. Equilibro o café e um livro numa mão, usando a outra no identificador de digitais. A liberação de acesso é demorada e silenciosa. Do lado de dentro, Waldyr mexe no mouse de cada máquina até o protetor de tela ser desativado. Amanda está enviando um fax e responde sorridente ao Bom Dia. Hoje é o dia do Lonnes ficar em casa,vou aproveitar o lugar dele livre. Enquanto coloco a tranca no notebook, Alessandro me chama para ver um vídeo muito engraçado da ESPN americana. In your face! Começo a ler os mails, lista de futebol, administração da rede, resposta monossilábica do Sergio e resposta extensa do Sergio. Coloco minha simulação numa máquina desavisada. O dia começou.

3 comments:

PC Filho said...

Belo texto, Zito. Me senti mais uma vez no trajeto que já repeti tantas vezes...

Unknown said...

Quando a Maria nao está eu sempre tenho que descrever como quero o café: "por favor, curto na xícara." Claro, como todos já sabem, eficientemente a menina que substitui a Maria coloca o café na xícara... recebo sem reclamar a xícara cheia até a boca. Sem chances de espaço para o açúcar.
Normal.

Unknown said...

Nossa! Tadeu está virando um escritor! Não sabia que vc escrevia tão bem!