Saturday, January 12, 2008

Entrevista com Diniz - Parte I

Diniz é mais um anti-herói brasileiro. Mais para Garrincha que para Einstein, vai mudando muito uma pequena parte da realidade do Brasil. Segue parte da entrevista, concedida por mail.

Z: Apesar de todas as suas conquistas na carreira, o senhor mantem um jeito
irreverente e descontraido de lidar com a vida e sua profissao. Qual a fonte desse bom
humor permanente no seu dia-a-dia?

PSR: Bom, para ser honesto, nao tenho a impressao que conquistei tanto pessoalmente.
Porem, o bom humor vem da minha crenca de que se deve trabalhar e viver com
o maximo de divertimento possivel. As coisas ficam mais faceis assim.
Eu gosto do que faco, por que tornar o ambiente carregado a' toa?
Acho que mantendo o bom humor no emprego, estimulo mais os alunos e
e facilito o acesso a minha pessoa.

Tenho saude e me cerco de pessoas especiais, alem de ser otimista. Essas
sao as fontes de bom humor.

Mas tem muita gente que me discrimina por nao ser igual ao prototipo do
professor.


Z: O senhor demonstra ser muito ligado as suas raizes, as suas origens. Qual
a importanciada sua familia, e dos amigos de infancia e adolescencia na sua formacao
pessoal e profissional?


PSR: Eu brinco muito com a questao das raizes, mas no fundo sou apenas o equivalente
de um cao de rua, uma mistura de inumeras racas que me fazem me sentir apenas
mais um brasileiro. A familia e' fundamental, tenho muito respeito pelas
pessoas da minha familia e um amor infinito por elas. Meu pais foram pessoas
trabalhadoras, a minha mae professora e meu pai um eletronico que participou
ativamente da implementacao de emissoras de TV por aqui. Eles me ensinaram
a importancia de aprender sempre e foram profissionais que gostavam do que
faziam.

Na falta do meu pai, minha mae jamais me deixou trabalhar enquanto estudava,
e muitos tios e tias compravam livros para mim.

Tenho muitos amigos, e de muitos anos, e quando os encontro e' como se estivessemos
em contato permanente. Tenho mais amigos da adolencencia, na infancia
eu preferia meus primos aos amigos da rua. Mais tarde isso mudou.


Z: O que representa o LPS para o senhor?

PSR: O LPS foi concebido por seus professores como um ambiente que congrega
pessoas muito diferentes, mas leais umas `as outras. Ou seja criamos um
grupo de professores com mentalidades muito heterogeneas e que convivem
em paz, porque aprendemos juntos a ser tolerantes e evitamos o
egoismo.

Nao conheco outro grupo como esse na academia, e por isso tenho
muita sorte de pertencer ao LPS.

Mas a razao da existencia do LPS e' o aluno. Os professores podem
ser muito diferentes e, na minha opiniao, o que eles tem em comum e'
o carinho com seus alunos. Nossas divergencias geralmente giram em torno
de melhorar a satisfacao dos alunos.

Sem o ambiente do LPS nao sei se conseguiria ter o bom humor que voce mencionou.


Z: Em muitas conversas, o senhor sempre demonstra um grande otimismo em
relacao ao futuro do Brasil, mesmo em momentos de dificuldades e incertezas.
O que o faz acreditar num bom futuro para o Brasil?

PSR: Eu sou muito apegado ao nosso povo. No Brasil, as pessoas possuem virtudes
que desconhecem. Se educarmos todas as pessoas, teremos surpresas muito
agradaveis.

Se as pessoas que conseguiram se educar abandonarem o Brasil, ai' nada
podera' melhorar.

Temos corrupcao endemica e muita heranca da burocracia e favorecimentos
originarios da nossa colonizacao iberica. Os europeus estao resolvendo
isso, mas nos ainda estamos longe.

1 comment:

Anonymous said...

Muito boa a entrevista, Zito! A parte onde ele diz "Sou o equivalente a um cao de rua" é a mais engraçada!!! :-)

Leo Baltar